POEME ROMÂNESTI ÎN LIMBI STRĂINE


Cassian Maria SPIRIDON

 

Zea mays

direito fica o milho
como os capitães na parade
nem ventos nem chuvas
o derrubam

ficam sozinhos na planície
confraternizados /
com dois três caules
e com barbas
num invólucro acobreado

com sabers verdes
agitados pela primeira brisa
amparam-se da aridez e dos bichos

trazidos por navio
no mundo antigo
cobre a planície e a pontinha

são-lhe a raiz e as folhas
preparadas para o alimentar
para todo o ano

quando chegar o Outono
a foice / a ceifeira / os roedores
humilharão
com a cabeça contra o chão
o orgulhoso dues maia
Traducere de Macia FALGAS

Entendi-me

entendi-me bem com as pedras
com tudo o que é duro
cada um de nos tínha para perder
só vida

entendi-me sem grandes esforços

bati-me até a pedra chorar
continuei a bater-me
até que me fui
unindo com a pedra

Traducere de Macia FALGAS si Daria TETIUEVA

No ateliê de pintura

com dedos quietos acaricio a tua cara
cansandos estão o tempo e a terra.
de vez em quando, tu voltas o olhar
enchas-me no raio da tua luz
                                verde-dourada.
marco devagar o oval da tua cara
modelo perfeito no ateliê de pintura.

é um jogo de amor doloroso
somos mundos tão diferentes, tão atormentados.
encarcerados nos remos do silêncio
com almas inchadas
com pesos inentendidos nos ombros.

raramente
o teu olhar, como desde as profundidades, ergue-se.
sera para mim
ou para o que – na tua mente –
agora se reflecte.

numa sala vazia
                                cada um numa cadeira incómoda
estamos os dois sentados, tranquilos.
o pintor está for a
e não há ninguém que pudesse
captar este momento
numa tela.

queria excrever só para ti
mas a musa enganou-me – e por quantas vezes? –
assim que, desarmado,
careço-te a alma,
com uma timidez de asas cansadas.

 

Traducere de Ana VRĂJITORU

 

 

Home